"Não é o tédio a doença do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada."
- Fernando Pessoa
Acho que não existe nada pior com o que lidar do que o tédio. Eventualmente – ou habitualmente, como seria o meu caso – ele nos ataca e, desesperadamente, queremos fazer alguma coisa para expulsá-lo. O difícil é obtermos êxito nessa tarefa. Quando queremos sair, não temos com quem ou pra onde; procuramos nos entreter com outra coisa, mas nada nos prende a atenção.
Quem nunca passou uma adorável tarde de domingo olhando para a janela do MSN esperando algo diferente acontecer? Surgir uma conversa com um assunto interessante, ou alguém ligar convidando para ir a algum lugar, ou olhar para o céu e ver naves alienígenas invadindo a Terra.
Porém, a maior frustração não é não poder fazer aquilo que você gostaria para sair do tédio; frustrante é você estar entediado e não saber o que fazer para o tédio passar. Estamos sempre na expectativa. À espera de alguma novidade.
Sou só eu ou o mundo está perdendo a graça?
Nada mais parece ser interessante. As novidades não são mais novidades. O dia começa e acaba e tudo parece sempre mais do mesmo. Novos filmes são lançados e, por melhor que o filme seja, ao terminar de assistir você fica com aquela sensação de déjà vu. O mesmo acontece com bandas, livros, jogos. Nada parece ser tão atraente quanto era alguns anos atrás. Citando Renato Russo, o futuro não é mais como era antigamente.
No final, só há o tédio. E a incerteza de se um dia ele passará.