domingo, 5 de dezembro de 2010

#6

"E eu acho isso meio engraçado,
Acho isso meio triste;
Os sonhos nos quais estou morrendo
São os melhores que já tive."

- trecho da música Mad World, da banda Tears for Fears.

(caso se interessem pela música, procurem pela versão do cantor Gary Jules. É a versão que eu escuto e é parte da trilha sonora do filme Donnie Darko (2001))

Tenho andado muito instável psicologicamente e nada parece conseguir amenizar essa sensação. A insônia voltou e trouxe com ela a depressão; estou paranoico e desmotivado, vivendo às custas de ilusões de um futuro incerto. Porém, lá no fundo, sei que não adianta eu tentar fomentar falsas esperanças com lapsos de felicidade momentânea.

Às vezes eu sinto como se devesse apenas deitar aqui e realmente esquecer o mundo. Estou cansado de tentar me enquadrar num sistema com o qual já não me identifico há anos. Esforçar-me para ser alguém que não sou é cansativo. Sair para se divertir, ter um bom trabalho, constituir família; Digamos que nada que o mundo me ofereça consegue me motivar.

Integrar-me à sociedade é algo impossível. As pessoas são difíceis de lidar. Imprevisíveis quase sempre. Parece que todos os relacionamentos são baseados em mentiras, mesmo que pequenas. Às vezes as pessoas mentem para agradar, às vezes para impressionar. O ser humano tem uma carência infinita de atenção e essa é uma das maneiras que ele tem de conseguir supri-la.

Em função disso, somos todos descartáveis. A sociedade vai usá-lo até que você perca a vontade de viver. Amigos que mudam de interesses, frustrações amorosas, fracasso escolar e profissional. A cada tropeço você terá de se levantar e começar tudo outra vez. Porém, a cada novo começo, a experiência de reconquistar o que já teve perde metade do interesse. Isso acontecerá até chegar a um ponto em que estar no chão ou estar em pé não fará mais diferença.

O que acontece quando esse momento chega?

Você morre. Por dentro.

2 comentários: