segunda-feira, 9 de maio de 2011

#8

Sempre que tenho o desgosto de sair de casa para algum lugar público eu procuro um espaço disponível na minha mente para observar o mundo à minha volta. São em momentos como esse que, registrando as atitudes e o comportamento das pessoas, eu me pergunto: por que vivemos? Pelo que vivemos?

Muitas das pessoas que vivem consideravelmente felizes nunca pensaram em nada muito profundo. A maioria se contenta com o fato de que estudar, trabalhar e conseguir dinheiro para suprir suas necessidades materiais até morrer numa idade avançada por causas naturais ao lado da família e amigos é o que justifica e dá sentido à vida.

Não posso dizer que essas pessoas estão certas ou erradas. Afinal, não existe certo ou errado nesse caso. Somos nós que decidimos o que dá ou não sentido às nossas vidas. Mas, por se contentarem com tão pouco, a vida dessas pessoas é feliz. Por eu não me contentar tão facilmente, minha vida é um inferno.

Não me entendam mal. Não é que eu não me contente com nada. Eu só me sinto deslocado no meio disso tudo. Minha existência se resume a uma vida que, ao meu ver, não tem propósito.

Essas pessoas realmente gostam de viver nessa realidade? Elas realmente gostam de acordar cedo e ir à escola ou ao trabalho, conviver com pessoas que não suportam e aceitar os abusos de uma sociedade violenta e hostil? Elas realmente gostam de se esforçar realizando essas tarefas, sabendo que a recompensa – isso quando tal coisa existe – é totalmente insatisfatória?

As pessoas lutam pela felicidade, mas em contraste com todo esse trabalho que elas têm para alcançá-la, esse sentimento é capaz de se sobrepor à toda dor e tristeza que o mundo lhes causa?

Você que está lendo essa postagem. Você é feliz? Plenamente feliz?

Ou é só mais uma existência que, assim como eu, tem consciência da falta de sentido da vida?

5 comentários:

  1. E quanta consciência da falta de sentido na vida...

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  2. Ao meu ver não existe plena felicidade, existe momentos felizes ao lado de pessoas especiais. Mas isso são apenas momentos e esses momentos passam.E sobra apenas aquele vazio que parece não ter fim,aquele buraco que vai consumindo sua mente. E ao se lembrar de momentos bons com aquela pessoa mais importante, pode te dar um empurrão para tentar continuar. Talvez algumas pessoas vêem o estudo e o trabalho como forma de preencher esse vazio. Isso pode até funcionar para outras pessoas, assim como os momentos bons com a pessoa que vc ama pode funcionar apenas comigo. As pessoas procuram um sentido pra viver, pra continuar nessa merda sendo mais um merda. Alguns usam deus, outros a pessoa que ama, alguns o dinheiro. E assim caminha a humanidade. Procurando um sentindo para seguir em frente.

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  3. O melhor que você pode fazer é procurar sentido nas pequenas coisas. As coisas que realmente trazem felicidade. Por que a vida, meu caro, essa sim é dura.

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  4. A partir do momento que você "abre os olhos" ou anda com as próprias pernas, tem todo o poder de fazer o próprio caminho. Bem ou mal, mas a sua trilha. As pessoas têm o péssimo hábito de achar ruim o que não as agrada, puro egoísmo. E não estou dizendo que egoísmo é ruim.
    Acho que nunca haverá um momento na vida de 6 bilhões de pessoas onde todos irão concordar que apenas uma coisa, ou várias, vão fazer a humanidade feliz. Enquanto pensarmos por nós mesmos, cada um vê a felicidade do melhor jeito que quiser.
    Você, meu amigo, está bem perto disso. Tenho certeza =)

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  5. Durante a minha vida, já ouvi diversas vezes que não vale a pena se sentir infeliz. Como se eu tivesse escolha. O ato de abrir os olhos e se levantar todos os dias se torna bastante desgastante depois de repetido tantas vezes, ainda mais quando a frequência com que nos deparamos com coisas que nos façam realmente sentir vivos é tão desanimadora. Poucas coisas são do jeito que queremos que elas sejam, e, ao meu ver, o único jeito de ser feliz, é fingir que estar aqui, vivendo, é uma grande recompensa que está nos sendo oferecida. Enfim, é só saber mentir pra si.

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